sábado, junho 23, 2007

Novo Modelo


O actual modelo de aquisição de carta de condução, apesar das alterações introduzidas em tempo recente (últimos 10 anos), encontra-se, no meu ver, ultrapassado, obsoleto e requer uma rápida reforma.

Em tempo idos (30 anos aprox.), para quem se recorda, o exame teórico era realizado dentro do veículo de exame. Se o candidato aprovasse, colocaria o cinto de segurança e iniciaria a prova prática. Se reprovasse, saía do automóvel e teria de voltar a tentar.

Depois, surgiu a separação de exames, com a introdução do teórico escrito (tipo americano), e o prático feito posteriormente.

Com o esgotamento do sistema de prova teórica escrita, implementou-se o sistema digital que, mais credível, permite aos serviços da DGV poupar espaço e recursos.

A prática manteve o mesmo modelo, com uma pequena alteração local. O examinador viu o percurso de exame a passar a ser sorteado, assim como o par de examinandos. Acabou-se assim com a suspeita que durante anos recaiu sobre os examinadores...

Mais uma pequena alteração surgiu; o examinador faz-se acompanhar por um documento onde vai elaborando o relatório de exame em tempo real.

A reforma que "reivindico" não passa tanto pela forma como são conduzidos os exames, mas sim o tempo de aquisição.

Se a ideia é criar rotinas de segurança e prevenção nos futuros condutores, então o sistema de aquisição de carta de condução tal como está, não funciona.

Vejamos: É muito dificil enraizar em três ou quatro meses uma atitude defensiva e de comportamento efectivo ao Código da Estrada. Socialmente, um individuo que se inscreve numa escola de condução já apresenta elevados níveis de falta de civismo. Níveis esses dificeis de degolar, por forma a garantir um futuro condutor cumpridor. Tal acontece, porque não foi desenvolvida uma educação rodoviária de base, capaz de enraizar rotinas de prevenção e segurança rodoviária.

O facto de um recém-encartado ter um regime porbatório de 3 anos, não o inibe de não respeitar as regras e os sinais do código da estrada. É necessário criar uma forma de enraizar e sensibilizar esses novos condutores para o facto de, o cumprimento do código da estrada, para além de ser um acto de civismo, ser uma garantia de segurança para cada um.

A questão que coloco é: Como é que isso se consegue se eles já vêm com um conceito enraizado de que todos desrespeitam as regras?

Um candidato que passa no exame prático, que desenvolveu uma prova exemplar, nos dias seguintes a esse exame, já pratica irregularidades; Stop, linha contínua, etc...

A solução, a minha pelo menos, passa pela atribuição de mais competências e responsabilidades às escolas de condução.

Abandonando o actual sistema, passariam as escolas de condução a elaborar relatórios de aprendizagem e, após um determinado programa de formação, poder solicitar uma licença temporária (12 meses) que permitisse a esse formando conduzir dentro de localidade com um encartado a acompanhar.

O veículo teria de andar identificado com dístico próprio e com um limite de velocidade de 40 Km/h.

Ao fim de 12 meses, seria esse pseudo-condutor levado a realizar um exame prático (enquadrado no actual modelo), demonstrando assim se tinha aptidão para ser titular de carta de condução.

Deste modo, o novo futuro condutor teria 12 meses para enraizar rotinas e conceitos de segurança e prevenção rodoviária, civismo e tolerância para com os outros.

Com um modelo deste género, com regras bem definidas para esse ano de "licença especial", conseguir-se-ia implementar uma educação rodoviária.

Entre outras, uma das regras para se poder propor a exame ao fim de 12 meses, seria a de não ser aplicada nenhuma coima a esses candidatos.

6 comentários:

Anónimo disse...

eu nao tnh muita vontade de ir tirar a carta de conduçao, tnh a noçao q vou ser uma condutora um tanto ou quanto 'distraida'...


*

Al Berto disse...

Viva Jorge:

Tenho-te lido mas desta não resisti a comentar.

Não estou bem de acordo contigo neste particular.
Essa coisa de tirar a carta... e não tirar de facto, não me convence.
Penalizar quem é responsável por causa de irresponsáveis não está certo.

Percebo o que queres dizer com falta de civismo... mas uma questão educacional não se resolve com 12 meses de "experiência"... até podiam ser 24.

O que parece quereres transmitir está mais virado para a educação rodoviária nas escolas, nomeadamente, a partir da adolescência.

Podia até virar disciplina opcional... sempre seria mais útil do que a hipócrita religião que querem impingir ás crianças.

Nos espaços escolares a existência de pistas "rodoviárias" ondes as crianças praticassem em "carros" adequados ao o seu tamanho seria motivo de educação salutar e de convívio assegurado.

É por essa altura que se tem de aprender a ter civismo... não quando se vai tirar a carta... aí já é tarde.

Um abraço,

Jorge Ortolá disse...

Olá José Alberto,

tens razão, é no básico que se deve começar a ctuar. Luto contra isso à anos, mas não vejo resultados.

à falta dessa actuação de educação rodoviária, deve-se, ou devia-se, começar a pensar noutra solução.

abraço

Unknown disse...

premio no meu blog.
beijos
Cris

veritas disse...

Olá Jorge:

Saio sempre daqui a saber mais.

Bjs. Boa semana.

Belinha Fernandes disse...

Jorge!eu ainda não disse nada sobre o carrito porque não o consigo encontrar!mas vou procurar melhor pois sei que gravei isso num Cd...nem sempre sou muito organizada:-(